quinta-feira, 19 de novembro de 2009

OS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO E A ESCOLA

Quando uma criança entra para a escola, os pais devem entrar também. Não no sentido de fazerem os trabalhos escolares do seu filho. Mas sim no sentido de considerarem que o seu apoio é fundamental, motivador e estruturante para a criança.
O reconhecimento crescente da importância da participação dos encarregados de educação (EE) na vida das escolas tem vindo a ser feito institucionalmente. À formação das Associações de Pais e EE seguiu-se a sua participação nos Conselhos Pedagógicos, nos conselhos de turma e na Assembleia de Escola, tendo esta sido substituída, recentemente, pelo Conselho Geral.
Como se procede à selecção do representante dos EE de cada turma? Quais são as suas funções?
A resposta à primeira pergunta pode parecer rápida, directa e fácil: por eleições. A verdade é que ela coloca muitos problemas: nem sempre os EE se conhecem suficientemente bem para realizarem uma escolha consciente. Muitas vezes acabam por ser escolhidos os poucos que se disponibilizam para o cargo, mercê da sua consciência pessoal e disponibilidade profissional.
A resposta à segunda pergunta tem vindo a ser construída na vida quotidiana das escolas. De acordo com a lei, os representantes dos EE participam em todas as reuniões do conselho de turma, excepto naquelas que se destinam à avaliação. Assim eles contribuirão para a elaboração do projecto curricular de turma; para a análise dos problemas de integração dos alunos; para a análise do relacionamento entre os alunos, os professores e os EE; para a promoção de actividades diversas, como, por exemplo, de colaboração entre a escola e a comunidade.
Existe ainda pouca tradição de trabalho autónomo dos EE de cada turma, a fim de que os seus representantes os representem de facto a todos e não apenas a si próprio. Contudo, vão existindo exemplos de práticas importantes por parte de alguns representantes de EE, conselhos de turma e órgãos de gestão.
Há representantes que colaboram com os directores de turma (DT) para a resolução de situações complicadas, como por exemplo contactos com pais que não vão à escola e aproximação a algumas famílias, visto conhecerem melhor essas pessoas, que podem até ser suas vizinhas. Há DT que promovem actividades de convívio entre as famílias.
Há conselhos de turma que incentivam a participação dos EE nas suas actividades e decisões. Há órgãos de gestão que abrem as portas da escola à comunidade, começando por fazer um convite aos representantes dos EE para que a visitem em período de funcionamento, a fim de se inteirarem dos seus recursos e das suas carências.
Da partilha das experiências bem sucedidas e da análise dos problemas que se vão detectando se pode construir uma participação mais intensa e mais eficaz dos EE na vida da escola, nomeadamente na da turma dos seus educandos, e se pode dar mais conteúdo e forma a esta participação dos seus representantes. Todos sairão a ganhar: alunos, famílias e escola.

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